
Segurança Alimentar em Angola
Angola possui os recursos naturais para se tornar um dos principais países agrícolas de África, uma vez que a sua ecologia diversificada e fértil é adequada a uma grande variedade de culturas e de pecuária. No entanto, atualmente o país cultiva apenas aproximadamente 10% dos seus 35 milhões de hectares de terreno arável.
O Governo de Angola (GoA) e as entidades internacionais também estão muito empenhados no desenvolvimento das pescas para promover a diversificação económica do país, gerar oportunidades de emprego e expandir a capacidade de produção de alimentos, tanto para consumo nacional quanto para exportação.
A projeções do crescimento populacional do GoA e da ONU indicam que a população angolana, de mais de 26 milhões de pessoas em 2017, aumentará para mais de 65 milhões até 2050, e para 137 milhões até 2100. A procura local de alimentos aumentará com o crescimento da população, tendo impacto tanto nas tendências de preços como nas tendências de compras. Com os abundantes recursos naturais de Angola, a terra arável poderia ser utilizada para produzir colheitas suficientes para responder às necessidades do aumento da população local. Por sua vez, isso irá diminuir a dependência e as despesas com importações e garantirá as necessidades básicas de segurança alimentar. Novas exportações de produtos agrícolas também irão gerar divisas e aumentarão a contribuição do setor para o PIB.
Atualmente, Angola importa mais da metade dos seus alimentos, com algumas estimativas sugerindo cerca de 90%. Calcula-se que 90% das explorações agrícolas em Angola sejam pequenas ou médias explorações usadas principalmente para agricultura de subsistência comunitária. Os bens agrícolas produzidos incluem mandioca, banana, batata, milho, batata-doce, citrinos e ananás. As pescas representaram 1,7% do PIB de Angola em 2012, com produção de aproximadamente 277 000 toneladas de pescado. O Total Admissível de Captura (TAC) para a pesca marinha totalizou 350 000 toneladas em 2015 e 2016, mas foi reduzido e fixado em aproximadamente 320 000 toneladas em 2017 e 2018.
A ACP, através dos seus fundos, investiu em duas empresas que contribuíram de forma significativa para melhorar a segurança alimentar e a substituição de importações em Angola. A Fazenda Girassol, que produz e distribui legumes, frutas, ervas aromáticas entre outros produtos agrícolas, e African Selection Trust (AST), uma operação integrada de pesca, que captura e processa peixe de mar de pequeno porte através de unidades de congelação e fábricas de conservas e farinha de peixe.
African Selection Trust
A AST capturou cerca de 164 431 toneladas de peixes durante o período de investimento. Isto representa cerca de 9 por cento do total de peixe capturado em águas angolanas durante este período.
O peixe foi distribuído a aproximadamente 1,8 milhões de consumidores por ano, incluindo peixe fresco, congelado e enlatado, bem como óleo de peixe e farinha de peixe. Durante o período de investimento de cinco anos, a AST atingiu cerca de 9 milhões de consumidores.
Fazenda Girassol
A Fazenda Girassol forneceu mais de 31,4 milhões de embalagens de produtos frescos desde que iniciou a produção, com 8,7 milhões dessas embalagens distribuídas aos clientes em 2018. A chave do seu sucesso tem sido as atividades de valor acrescentado, uma vez que a Fazenda Girassol não só produz bens agrícolas, mas também os seleciona, limpa, embala e distribui.
Atualmente, a Fazenda Girassol realiza diariamente mais de 100 entregas em diferentes áreas de Luanda, utilizando uma plataforma online para receber os pedidos de produtos que entrega em casa dos clientes.
